A PESQUISA
Problema
Macapá, capital do estado do Amapá, possui áreas úmidas conhecidas como "ressacas". Tais áreas são protegidas ambientalmente, mas são ocupadas informalmente.
As ocupações informais configuram-se por construções feitas sobre as águas, com casas em palafitas de madeira e passarelas (pontes) como meio de acesso. Sua espacialização dá-se pela autoconstrução exercida pelos moradores. É o processo em que os usuários administram os recursos necessários e tomam as decisões sobre a construção ou reforma. No processo, não há agentes externos, como prefeitura ou empresas, intermediando a produção (LOPES, 2015). Sobre as águas ou nas bordas da ressaca, os moradores autoconstroem suas habitações, passarelas, rede de energia e de água e a terra sob os pés.
De outra forma, os moradores também fazem requerimentos à prefeitura pedindo melhorias espaciais. Por sua vez, o Poder Público atua de forma conflitante diante da ocupação informal, seja mediante proibição das ocupações, omissão, fiscalização, urbanização pontual ou realização de reassentamento. Em meio a isso, outros atores se mostraram relevantes à pesquisa, os líderes comunitários, que se articulam entre os moradores e o Poder Público.
Objetivo
Descrever as práticas e relações sociotécnicas na produção de uma ocupação informal com a ressaca à luz da ação direta e via institucional.
RELAÇÕES SOCIOTÉCNICAS
Relações entre elementos heterogêneos (humanos e não-humanos)
AÇÃO
DIRETA
Práticas exercidas pelas pessoas diretamente no espaço, apesar e contra o Estado (SOUZA)
LUTA
INSTITUCIONAL
Práticas exercidas pela via da instituição, com o Estado (SOUZA)
Área de estudo
Ressaca do Congós
Teoria e método
Cartografia de Controvérsias do filósofo e antropólogo Bruno Latour.
Espaço situacional com o geógrafo Lussault.